O Mito da Pureza Racial
O Mito da Pureza Racial
Como um blog informativo, que presta-se ao serviço de esclarecer conceitos antropológicos e genéticos, com enfoque especial na composição etnica, historicamente correlatada, dos povos, temos, como obrigação, derrubar alguns mitos que ainda perduram, por torpes motivos, na mentalidade de nosso público, de maneira geral. Deste modo, cabe a nós o dever de destruir o equivocado conceito da pureza etnica, muito fomentado , no século XIX e XX, sob a narrativa etnocentrista das pseudociencias racistas europeias. Sob a luz da razão areditamos que todos os preconceitos podem ser superados, através do conhecimento, das pesquisas, dos estudos, não de narrativas emocionalmente carregadas, de cunho moral, que pouco podem contribuir para a derrubada do racismo. Pelo contrário, apenas parecem fomenta-lo, na medida que não demonstram a estupidez das narrativas etnocentricas, apenas questionam seu valor, com base em principios morais, os quais diferem, em muito, do agente executor das práticas ou pensamentos preconceituosos.
Devemos, então, assumir que uma exposição racional terá o papel de, primeiro, eliminar concepções antiquadas, que ainda perduram na mentalidade do povo ocidental, e em segundo de estabelecer, através de uma base lógica, o motivo pelo qual não se pode presumir a pureza ou superioridade de povo qualquer. Iniciemos, portanto, nossa explanação, a fim de convencer o leitor sobre uma óbvia e evidente verdade, sobre a qual pouco, nos fóruns e blogs eurocentricos, se comenta, quase que como propositadamente ignorando tais fatos, como se não fossem bem evidenciados ou não existissem.
A Mistura Interespécies:
A espécie Homo Sapiens desenvolveu-se, a partir do Homo Erectus, há cerca de 300 mil anos, no Marrocos, no Norte da África(assumimos pelas evidências mais recentes). Sua dispersão, todavia, deu-se, primariamente, para as florestras tropicais da África Subsaahariana. É valido relembrar que o deserto do Saara, nesse período, era constituído de uma extensiva vegetação tipica das florestas, facilitando a passagem e migração da espécie para as zonas mais centrais e austrais da África, alcançando a Kenya em 150 mil anos. Alguns fósseis foram localizados no levante, em Israel, datando 200 mil anos. Das primeiras dispersões humanas, acredita-se que pouco tenha sobrado, na constituição hereditária dos atuais homo sapiens, tendo em vista que apenas há cerca de 70-90 mil atrás, deu-se a "revolução cognitiva", Traçamos, portanto, a origem dos Sapiens ancestrais para a África, tendo partido, em novas dispersões, para o interior da Eurasia, e de lá para os demais continentes.
Pesquisadores da universidade de Washington defendem em sua tese que a primeira mistura interspecéies ocorreu antes da dispersão hominidea massiva, com fragmentos do dna da espécie Homo Erectus(antecessor dos Sapiens) presentes em todos os grupos etnicos humanos. Complementa-se a tal, uma miscigenação interespecie maior, procedente aos eventos migratórios, entre os africanos Subsaaharianos e Homo Erectus. Como sabeis. a espécie Homo Erectus possuia seu principal habitat na África Oriental, tendo sido por lá que a variante Subsaahariana se desenvolvera(após alcançar o Kenya, cerca de 150 mil anos atrás). É de tamanha contribuição genética, que chega a passar dos 20% em povos Mbuti, pigmoides, embora se encontre reduzida entre os capoides, constatando que tais grupos dispersaram-se antes da confluência de DNA Homo Erectus massivo. Pesquisadores indicam que o maior input Homo Erectus, apontado como Ghost Population, teria ocorrido por volta de 50 mil anos atrás, tendo sido notória a contribuição destoante em africanos ocidentais e pigmeus, em detrimento de Capoides(Khoisans) e Eurasiaticos, que apresentavam uma contribuição menor, possivelmente remontando a estágios anteriores.
Para fora da África, nos denominados Eurasiaticos, temos a contribuição de mais duas espécies, os Homo Neandertalis e os Homo Denisovanos, ambas variações do Homo Erectus produzidas por diferentes climas e vegetações. No norte da Eurasia miscigenaram-se os Comuns Eurasiaticos com os povos Neandertales, tendo contribuído, os ultimos, não somente para a genética Europeia, mas também para todo o Oriente Médio, Sibéria e Americas. Por sua vez o Denisovano teria impactado, fundamentalmente, a genética dos povos sul eurasiaticos, os chamados Ancient South Eurasian, o primeiro grupo à deixar a África, chamados de Indo-Australoides ou Indo-Australo-Melanesios ou apenas de Ancestral Sul Eurasiatico. A presença do DNA de outras espécies, em significativas quantidades, contribuiu para a diversidade genética Sapiens, tendo alguns de seus traços permanecidos nos povos miscigenados, tal como afirmam alguns estudos sobre o autismo, uma suposta herança Neandertal, ou sobre formato da fronte(Arco supra-ciliar).
A Mistura entre Macro-Etnias:
Não obstante à miscigenação entre diferentes espécies hominideas, temos, como bem evidenciado, em verdade, que poucos ou nenhum grupo permaneceu completamente isolado, tendo rastros de DNA, de outros povos, em toda a sua origem etnica. Temos como o exemplo os estudos realizados na caverna de Dzudzuana, que comprovam a influencia Subsaahariana na genética mediterrânea, mediante ao cruzamento dos povos pré mediterranideos(Basal Eurasian, Levant HG, Natufian) com povos Paleoliticos Norte Africanos, cuja genética basal em muito se assemelhava a subsaahariana, pertecendo, quase que inteiramente, a um mesmo continuo genético.
Como pode-se observar, a contribuição subsaahariana apresenta-se em todos os povos mediterrâneos, bem como a contribuição oriental não se ofusca nos norte europeus.
Em outro estudo, publicado em 2020, temos maior detalhamento sobre a influência East Asian na genética dos povos Oeste Eurasiáticos, tomando, como base, o DNA dos proto indo europeus.
Linderholm et al.2020
Como conclusão a tais estudos , constata-se que, através do método científico, torna-se inegável a deficiência da análise racialista e racista, do século XX, que ainda perdura na mentalidade infantil de nossa sociedade. É preciso esclarecer, divulgar, para que não continuem a cometer as mesmas barbáries que observamos com nossos irmãos de outras etnias ou povos.
Como latino americano, sentimos nosso dever cumprido, em esclarecer, guiar e iluminar para um caminho de compreensão e comunhão comum. Nós somos o produto de tudo que há na terra, somos mestiços em cultura, espirito e alma, e devemos nós buscar carregar tal mensagem, para o mundo, a fim de combater as mazelas que o eurocentrismo deixou.
Agradecido à todos que leram até aqui. Minhas condolências a todos que já sofreram com discriminação racial.
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