Análise da Genética Iberica Parte IV
Por Felipe Schmidt Santa Catarina
Os Invasores Bárbaros
Por fim, temos os ultimos componentes a serem registrados, os invasores bárbaros, que marcaram o fim da Era Clássica e a conquista do Império Romano do Ocidente. Entre os diversos grupos de invasores, destacam-se, na Iberia, os Germânicos e Alanos.
Os Alanos:
Por primeiro falemos dos invasores Iranianos, oriundos do Centro da Ásia e Sul da Rússia, os Alanos, um grupo de pouco destaque, cujo governo, de uma pequena área da península, não perdurou muito tempo, e, de mesmo modo, não se esperava encontrar uma grande contribuição, na formação genética da península.Chegaram, assim como outras tribos germânicas, sob pressão das hordas hunas, do oriente. Seu principal líder fora Átax, rei que fundou o Reino da Lusitania, cuja capital esteve situada na atual cidade de Beja. Logo seguiram migração para o norte da África, em companhia dos Vandalos. Sua influência se extendeu, ainda, para a França, onde aparece como significante contribuinte para a povoação local. Introduziram, na peninsula, o haplogrupo R1a-Z93, uma variante típica Iraniana, mas também carregaram levas de J2, J1, Ev-13 e R1b-Z2103.
Os Germânicos:
Os povos Germânicos originaram-se no sul da Escandinavia e norte da Alemanha,durante a Idade do Ferro, como resultado da fusão entre povos da Idade do Bronze Escandinava e grupos Single Grave Bell Beakers do norte da Alemanha. Na Era clássica, iniciaram seu processo de expansão, comprimindo e absorvendo as tribos galicas da Europa Central, atingindo as margens do Reno, à Oeste, superando o Elba, absorvendo grupos Lusatian Eslavonicos, e conquistando espaços até o mar negro e norte da Carpathia. Eram grupos multietnicos, com intensa diversidade linguistica, cultural e significante influencia Celta, Pré eslava, Dácia e Pré Baltica, em seus diferentes grupos.
Com o enfraquecimento do Império Romano do Ocidente e a intensa pressão exercida pelos Hunos, no Oriente, as tribos Germânicas sentiram-se coptadas a invadirem o Império. A Iberia e suas provincias, menos guarnecidas pelas legiões romanas, tornaram-se alvo fácil para uma série de hordas germânicas, dentre os quais destacam-se os Suevos, Visigodos e Vandalos,invasores mais nótorios, cuja influência genética permanece intensa, em especial, na nobreza tradicional, e em algumas áreas, como Burgos e em Portugal.
É importante salientar que, a influência genética Franca Medieval, de colonizadores da reconquista, também é mensurada nesse mapa, todavia será tratada no próximo tópico, em maior detalhes.
Carregavam o haplogrupo YDNA, primordialmente, R1b-U106 e I1, mas também R1a-Z284, R1b-U152, I2a1 e algumas clades de Ev-13.
Os Francos e Colonizadores da Reconquista:
Os Francos chegam à Península Ibérica à partir das incursões de Carlos Martel e Carlos Magno, durante a baixa idade média. Sua influência fora intensa, principalmente entre os bascos, e constituiu um importante grupo, destacado, dentro da nobreza ibérica, pelos contínuos casamentos realizados, a fim de selar alianças, acordos econômicos e manter as linhagens. As dinastias governantes de Portugal, como a de Borgonha e Avis, remontam sua origem à nobres francos, como seria caso de muitas familias, de cavaleiros, senhores, dos mais diversos estratos da nobreza.
O DNA do Franco Medieval era constítuido de 50% de DNA Germânico, o restante seria Celta e uma pequena fração Basco-Aquitana e Alana, povos que também participaram da formação do povo francês.
Com certeza V13, J2b e ramos do Z2103 vieram com as raízes balcânicas já espalhadas pelos romanos em direção ao centro da Europa.
ResponderExcluirMeu Y-DNA é J2b, de origem balcânica e ilíra/traço. Contendo além de povos da região também pessoas de nacionalidades onde os romanos dominaram como península ibérica, ilhas britânicas e países do centro europeu.
Ainda é uma linhagem menor fora dos Balcãs, sendo ela a terceira maior entre os Albaneses e Kosovars.
Muito bom esse blog, to gostando demais.
Agradeço pelo comentário, tenho dado meu melhor, no tempo disponível. Sobre o J2b, realmente, sua distribuição se correlaciona fortemente ao DNA Illyrio, possivelmente sua expansão para Iberia se deu tanto com Romanos, como com Germânicos Visigodos, que estiveram, por certo tempo, na Ibéria. Interessante por ser uma clade mais rara, fora dos Albaneses/Kosovars e Valacos Balcanicos. É o ydna mais encontrado na Illyria , durante a idade do ferro, juntamente ao Ev13 e alguns ramos de I2a. O ydna de meu avo materno também é J2b(avo dele veio de Hamburgo, no norte da Alemanha), acredito que por consequência dos assentamentos romanos, na região do Reno
ExcluirExcelente blog, parabéns!
ResponderExcluirUm componente que me parece frequentemente negligenciado nos fluxos migratórios da Península Ibérica são os escravos brancos ao longo da Idade Média. Muitos com origens nos Bálcãs e Leste da Europa em geral. Nesse link há um estudo interessante sobre isso:
https://www.academia.edu/7148985/Evolution_of_the_Origin_of_Slaves_Sold_in_Spain_from_the_Late_Middle_Ages_till_the_18th_Century