Análise da Genética da Península Ibérica Parte II

março 17, 2022

Por:Felipe Schmidt Santa Catarina

O Povo Celta e Suas Incursões para a Iberia:

A cultura Celtica inicia sua formação derivante do complexo cultural Urnfield, no ínicio da idade do Ferro, no ano de 1200, antes da era comum. Os Celtas derivam da expansão do povo da cultura Hallstatt Céltica classica, suas expansões e miscigenações com os povos Bell Beakers da Europa Ocidental(cuja origem partilham, no inicio da idade do bronze). Sua penetração na Ibéria data do século VIII, antes da Era Comum, e modificaria profundamente a estrutura sociocultural e política da peninsula. A começar pela re-introdução das linhagens indo europeias e a disseminação extensiva de suas línguas, a implementação da metalúrgica do ferro, da patrelinearidade e dos ritos religiosos associados ao antigo politeísmo celtico. Ademais, foram responsáveis pela instituição de rotas comerciais, que passaram a ligar toda a Europa Ocidental e Central, e por modelos de urbanização precoces em toda a extensão ocidental da península.

Pode-se destacar que a associação dos povos Lusitani com a cultura celtica é derivante da língua, todavia, mediante recentes amostragens genéticas, se assemelhariam mais aos povos da Idade do Bronze Iberica, sendo candidatos a remascentes das linguas originais dos invasores Bell Beakers da idade do Bronze(ao contrário de seus conterrâneos da parte oriental da península, que parecem ter aderido às tradições neoliticas).

Os celtas iniciaram seus assentamentos durante a Idade do Ferro,todavia, após sucessivas derrotas aos invasores punicos e romanos, aos quais, por vezes, tinham como aliados e parceiros comerciais, por vezes como inimigos, sua população fora reduzida, posteriormente, romanizada. Embora apresentassem grandes números, por sua incapacidade de estabelecer alianças militares coesas, foram completamente conquistados pelos romanos, ao entorno do século II-I antes da Era Comum, tornando-se, gradualmente, romanizados e assimilados dentro do que viria a ser a cultura ibérica romanica.

Pode-se observar que a contribuição celtíca intensa não limita-se apenas à região histórica de sua povoação, muito enconta da substituição populacional ocorrida durante os tempos da reconquista. Os ibericos,de origem islâmica, sarracenos, possuiam uma carga genética mista, com metade de sua origem proveniente do sul da peninsula, dos tempos clássicos, e metade oriunda dos invasores mouros, norte africanos marroquinos, com intensa genealogia arabica. Através da reconquista e da inquisição, a maior parte dos islâmicos fora expulsa, gerando um intenso vazio populacional, no sul da península, que fora preenchido, primordialmente, por colonizadores oriundos das terras do norte(como a Cantabria, Asturias, Leon e o próprio país basco).

Os celtiberos e povos gaelicos do noroeste da península não foram os únicos à carregar a hereditariedade celtica para a Ibéria. Durante os séculos IX ao XII, diversos povoadores Ocitanos e sul franceses(com extrema carga genética gaulesa celtica) iniciaram uma forte colonização em toda a península, com destaque para a região da Catalunha. Ademais, povoadores Britanianos e Franceses teriam adentrado à peninsula durante os tempos da reconquista, com destaques para a região da Andalucia, Alejento e Algarve, que apresentavam os maiores vazios populacionais.

O r1b-U152 é tradicionalmente associada à expansão Celtica Hallstatt, todavia clades R1b-DF27 foram preponderantes entre os Celtiberos e Celtas Gaelicos(além de algumas clades R1b-L21)